COLUNA DO LENNON - A MÍSTICA DA CAMISA 7


Por Lennon Bright


É inegável que na maioria dos clubes, sejam eles brasileiros, sulamericanos (Embora o Brasil esteja nessa categoria) ou europeus os grandes jogadores, os grandes craques envergam ou já envergaram a tão famigerada e já tradicional camisa 10.

Podemos para efeito de demonstração citar o Pelé, Puskas, Eusébio, Zico, Dirceu Lopes, Ademir da Guia, Jairzinho, Amarildo, Maradona, Boban, Savicevic, Zinedine Zidane, Roberto Baggio, Dennis Bergkamp, Lionel Messi, Rivaldo, Ronaldinho e até o Romário e o Ronaldo já vestiram a tão aspirada camisa!

A camisa 10 representa o craque, traz imanente em si mesma a simbologia mística do craque, daquele que faz a diferença, do criador de jogadas, do cérebro da equipe e raras vezes ou raríssimas vezes, do matador (visto que essa última função é de um exímio camisa 9).

Alguns craques já vestiram outros números de menor ou sem relevância para o futebol mundial como o Johann Cruyff que vestia a camisa 14 da seleção holandesa da Copa de 1974, a Laranja Mecânica como era conhecida, era uma máquina personificada no seu principal jogador que era Cruyff.

Todavia, falo não da camisa 10, 9, 11 ou 14, mas de uma camisa em especial!
A camisa 7 e ela traz imanente em si uma conotação mística, uma identidade única e uma relação do sobrenatural com o Botafogo!

Grandes jogadores já vestiram essa camisa como o Georg Best, o Eric Cantoná, o Raul, o Beckham (Em minha opinião razoável jogador, mas coloquei aqui pela fama que tem, não tanto pelo futebol), Bebeto, o Ronaldinho já a vestiu também etc...

Poderíamos falar dos grandes camisas 7 do Botafogo e como as numerações passaram a ter vigência e serem postas no longínquo ano de 1948, ela começa com o Paraguaio, grande ponta-direita que abre o placar contra o Vasco na final do Estadual de 1948 com um gol de cabeça.

O Vasco era cognominado como o “Expresso da Vitória”, o primeiro clube campeão sulamericano, mas parou! Foi aniquilado na decisão de 1948 e isso com show de Paraguaio (Camisa 7) e o Octávio de Moraes (Camisa 10 e artilheiro da competição com exatos 21 gols).

A camisa 7 do Botafogo depois de exatos 5 anos encarna o futebol moleque, ousado, irreverente, personificado na pessoa de Manoel Francisco dos Santos, ele mesmo: O rei do drible, o rompedor de defesa, o imparável, o imarcável e o aniquilador das defesas contrárias: MANÉ GARRINCHA.

Com Garrincha a camisa 7 é posta em evidência, é falada, ilustra e retrata a malícia, a perspicácia, a malandragem, o futebol arte e moleque.

A camisa 7 do Botafogo é sinônimo de muitas risadas das graças, das palhaçadas e das piruetas de seu Mané, mas também de lágrimas de alegria por quem tanto se emociona ao vê-lo e de tristeza por sua morte e por quem hoje em dia a veste o Manto sagrado e o número místico!

Particularmente, não sou adepto ou correligionário de numerologia e de misticismos, porém, na numerologia, o número 7 representa algo bom, diferente, especial. Nas Sagradas Escrituras, o número 7 é o NÚMERO DA PERFEIÇÃO de DEUS!

É inegável a mística que de Paraguaio vai a Garrincha (Bicampeão Mundial), de Garrincha passa a Jairzinho (Tricampeão Mundial), de Jairzinho passa para Rogério (grande craque da extrema-direita), de Rogério para Zequinha, de Zequinha a camisa 7 passa longos anos ausentes, sem brilho o que vai desencadear no predestinado Maurício, que marcando o gol do título Estadual do Botafogo sobre o flamengo de Zico, com a camisa 7 aos 12 min do 2º tempo (Número 7 três vezes), quebra, rompe e dissipa de vez o sofrimento do torcedor botafoguense e seu costumeiro complexo de inferioridade, de vergonha e de seu vitupério.

Depois de Maurício, surge um jogador falastrão, meio moleque, irreverente e perspicaz! Estou falando dele, o Túlio Maravilha que inteligentemente apropriou-se da camisa 7 e com sua irreverência, imortalizou-se no Botafogo e reviveu os tempos auráticos e sagrados da camisa 7. Assim como Garrincha (Guardadas as devidas proporções), Túlio Maravilha vestindo, envergando a camisa 7 foi por um bom tempo a “Alegria do Povo” dos botafoguenses na década de 90.

Poderíamos citar o Geraldo, o Gil, o Dodô, mas sem tanto brilho como estes! Apesar do Dodô viver o auge de sua carreira vestindo a mística 7 botafoguense, preferiu abstrair-se, abster-se dela, aventurar-se na incógnita, trocar o certo pelo duvidoso e rejeitar a “glória” pela infâmia e desprezo!!

Hoje, a camisa 7 que transcende a camisa 10 do Botafogo e a sobrepuja, está e vive no marasmo, na mediocridade e relegada ao ostracismo! Porém, com o retorno do Maicossuel poderá viver o se tempo de outrora, quando a camisa 7 só faltava “reluzir”. Muitos jogadores pífios e medíocres a vestiram, aviltando assim a honra de quem tanto a dignificou e a glorificou!

Esperamos que o Maicossuel dê prosseguimento à mística da camisa 7 e que não apenas seja o grande nome do Botafogo mas que traga títulos!

Para vestir a camisa 7, assim como a camisa do clube da Estrela Solitária, tem que ser craque, ter estrela, ser o diferencial, ter o que chamamos de “o algo a mais”, em suma, não apenas vestir por vestir, mas ENCARNAR, INCORPORAR A MÍSTICA DO NÚMERO 7 ÀS SUAS ESPADAS!

0 comentários:

Postar um comentário

Páginas